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PAOLO VENETO, O.S.A. [Paulus Venetus].- LIBER DE COM | positione mundi. | Excellentissimi viri| Pauli Veneti Theologi | insignis, Philosophi summi, ac Astronomi | maximi opus aureu[m] de compositione Mu[n]di | quod Astronomie ianua nu[n]cupari po[tes]t; i[n] quo | omnium celestium signorum, segmentoru[m] q[ue] | omnium figuratio & quasi Typus quida[m] per | spicitur nuperrime diligenter recognitum.- Lugduni: impressum Antonii du Ry, Simon Vincentius, 1525.- [18] f.: il.; 25 cm.- E.
Paolo Nicoletti (1368-1429), mais conhecido como Paolo Veneto, religioso da Ordem de Santo Agostinho, filósofo, teólogo e humanista italiano, natural de Udine, estudou na Universidade de Oxford e ensinou nas de Siena, Perugia, Bolonha e Pádua. Edição original de uma obra que, segundo alguns, terá resultado da revisão e reformulação de uma outra, em vernáculo, da autoria do cosmógrafo Ristoro d’Arezzo (fl. 1282), com a qual partilha, aliás, parte do mesmo título: “Della composizione del mondo...”. A edição, inteiramente composta em caracteres góticos (texto a duas colunas), é ilustrada com cerca de 50 figuras xilográficas astronómicas e astrológicas. No final do texto, um extenso cólofon, onde pode ler-se: Lugduniq. impressum in edibus honesti viri Antonii du Ry calcographi admodum diligentis Anno a redemptione humana Millesimo quigentesimo vigesimo quinto. Die decimaseptima mensis Novembris (seguindo-se um curto registo). Na frente da última folha (com o verso em branco), a marca de Simon Vincent, responsável pela edição. Exemplar levemente aparado, com alguns pequenos cortes de traça (não excedendo 20 mm) que, por vezes atingem o texto, na margem inferior das quatro primeiras folhas; afectando de uma a três linhas, nas nove folhas seguintes; reduzidos a alguns pequenos furos nas restantes folhas. Ex-libris de Victor d’Avila Perez (não localizado no catálogo do leilão realizado em 1940). Encadernação do século XX, inteira de carneira, com decoração a seco nos planos e lombada; pequenos danos superficiais.

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gavel€ 1,400Vendido

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SANTO ANTÓNIO, Frei Henrique de.- Chronica dos eremitas da Serra de Ossa no Reyno de Portugal, e dos que floreceram em todos os mais Ermos da Christandade; dos quaes nos seguintes seculos se formou a Congregação dos Pobres de Jesu Christo; e muitos depois a Sagrada de S. Paulo primeiro Eremita, chamada dos Eremitas da Serra de Ossa.- Lisboa: na Officina de Francisco da Sylva, 1745-1752.- 2 vols.: 2 gravuras; 30 cm.- E.
Embora os primeiros testemunhos da presença de eremitas na Serra d’Ossa datem do século IV, só em 1536 é que a Congregação dos Pobres de Jesus Cristo foi fundada, por bula do papa Paulo III, atribuindo aos eremitas da Serra d’Ossa a regra de Santo Agostinho. Em 1578, o papa Gregório XIII, por intervenção do cardeal D. Henrique, integrou a comunidade na congregação dos Eremitas de São Paulo, tornando aplicáveis a estes os privilégios das ordens mendicantes. O padre mestre Henrique de Santo António (1682-1783), no século Manuel Armão, natural de Cascais, além de cronista, foi qualificador do Santo Ofício, examinador das três ordens militares, reitor do Mosteiro de Lisboa e, por duas vezes, Geral da Ordem. A colação de cada tomo é a seguinte: I - [68], 986 p.: 1 portada grav.; II - [32], 961, [1 br,] p.: 1 portada grav. O original do terceiro volume chegou a ser completado, mas desapareceu no terremoto de 1755, segundo uns, ou terá sido impresso e não se conhecem exemplares, segundo outros. Ambos os volumes são ilustrados com a mesma portada gravada, entre o anterrosto e o rosto, representando a Serra d’Ossa e seu mosteiro. Exemplar excepcional (terá sido eventualmente lavado), com o corte das folhas impecavelmente dourado, revestido de magníficas encadernações inteiras de marroquim verde, assinadas Rousselle (encadernador parisiense da segunda metade do século XIX), com casas fechadas a ouro na lombada, roda nas seixas e guardas em seda moirée. Inocêncio, III, p. 179 e X, p. 184. Samodães, 3053. Palha, 2470. Leilão Silva’s / Pedro de Azevedo, Novembro de 2000, lote nº 363 (o mesmo exemplar).

euro_symbol€ 600 - 900 Base - Estimativa

gavel€ 950Vendido

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BRAGA. ARQUIDIOCESE.- Constituições do arce | bispado de Braga.- Lisboa: Germão Galharde, 1538.- [10], LXXXIIII f.; 28 cm.- E.
Primeiras constituições impressas do Arcebispado de Braga (as segundas foram apenas impressas em 1697, muito depois, portanto, do concílio arquidiocesano de 1639). Inteiramente composta em caracteres góticos, a edição abre com um frontispício arquitectónico, aberto em matriz de madeira (verso em branco), apresentando as iniciais IHS inscritas no frontão; ao centro as armas do Infante D. Henrique, arcebispo de Braga; ao pé, o título singelo, único elemento tipografado. Seguem-se oito fólios com a «Tauoada destas constituições» e um outro com o prólogo; o texto das constituições propriamente ditas, ocupa os restantes fólios numerados de I a LXXXIIII. No verso do fólio final, o seguinte colofon: ¢Foram acabadas de imprimir estas cõstituições em a cidade de Lisboa p Germã galharde frances. Per mãdado do muyto alto e muito excele[n]te pncepe o senhor ifante dõ Anriq eleito arcebispo senhor d braga pmas das espanhas come[n]datario e ppetuo administrador do mosteiro de sãta Cruz | + | de coimbra a. xxx. dias do mes d mayo de mil e qnhëtos e trinta e oyto annos. | ++ | +. Exemplar muito aparado, com prejuízo da folha de rosto (margem superior dobrada) e de quatro títulos correntes; pequeno corte de traça na margem interior de 11 folhas (f. LX a LXX); algumas manchas (de maré) e sinais de manuseamento; anotações marginais da época e sinais de leitura e de uso. Carimbo circular não identificado, na segunda folha; carimbo da Casa de Azevedo na início do prólogo (lote nº 847 do leilão realizado em 1921/22). Ex-libris de Victor d’Avila Perez (lote nº 1904 do leilão realizado em 1940). Inclui ainda, na contracapa, duas etiquetas tipografadas: Do Monsenhor Ferreira.; S. d’Almeida e Brito. Encadernação do início do século XIX(?), com trabalho de traça e pasta superior solta (lombada lisa, decorada a ouro, recuperável). Inocêncio, II, p. 99. Anselmo, 615. Biblioteca Nacional (Século XVI), 94. Biblioteca de D. Manuel II, 65.

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MORISOT, Claude Bathélémy.- ORBIS | MARITIMI | SIVE | RERVM IN MARI | ET LITTORIBVS | GESTARVM GENERALIS HISTORIA: | IN QVA | Inuentiones nauium, earumdem partes, armamenta. Instructiones | Classium, nauigationes, prælia maritima, arma, stratagemata, | trophæa, triumphi, naumachiiæ...- Divione: Apud Petrvm Palliot Typographum Regis, M. DC. XLIII. [1643].- [22], 725, [23] p.: il.; 35 cm.- E
Claude Bathélémy Morisot (1592-1661), intelectual, jurista e escritor francês, natural de Dijon. Primeira e única edição da mais célebre obra do autor, considerada por muitos a primeira enciclopédia de história naval e marítima. A edição é constituída por um rosto tipografado, seguido de um frontispício gravado; uma folha com a dedicatória a Pierre Séguir (1588-1672), chanceler de França desde 1635; três folhas com um prefácio latino; um folha com um texto “Typographus lectoris”; cinco folhas com o “Elencus capitum” (no final, o “Privilege du Roi”). O texto ocupa 725 páginas, com a errata no verso da página final; seguem-se 11 páginas com o “Index rerum et verborum”. No verso da folha final, um cólofon com data de M. DC. XLIII. As ilustrações, todas a talhe-doce (buril e água-forte), constam do referido frontispício, uma gravura de plena página (p. 66), nove gravuras de moedas e medalhas, 23 mapas (1/2 página), 11 gravuras de embarcações (1/2 página) e uma grande gravura desdobrável (p. 194/195), representando um espectáculo de batalha naval num anfiteatro romano (”Naumachiae id est navalis pugnae...”). Exemplar levemente aparado e alguma acidez, por vezes forte, como acontece na generalidade dos exemplares conhecidos. Encadernação da época, inteira de pergaminho. Sabin, 50723. Borba de Moraes, 597/598.

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LA GUERINIÈRE, François Robichon de.- Ecole de cavalerie, contenant la connoissance, l'instruction, et la conservation du cheval.- A Paris: Jacques Collombat, 1733.- [8], 276, [8] p.: 1 frontispício grav., il.; 44 cm.- E.
Primeira edição in-fólio de um monumento à arte equestre, considerado unanimemente como uma das mais belas edições francesas do século XVIII. As duas primeiras edições, de pequeno formato (in-16º), foram publicadas em 1729 e 1731, sendo esta a terceira. A edição é ilustrada com um frontispício alegórico gravado representando a educação de Aquiles, com o busto de Luís XV em medalhão, 24 gravuras a talhe-doce e três grandes vinhetas alusivas (140x235 mm), uma no início de cada uma das três partes da obra, abertas em chapa de cobre pelos melhores gravadores da época (Cars, Aveline, Cocart, Audran, Lebas, Beauvais et Desplaces), segundo originais de Charles Parrocel e Antoine Coquart. François Robichon de la Guérinière (1688-1751), reconhecidamente o fundador da escola francesa de equiração, iniciou a sua actividade como escudeiro do conde d'Armagnac que, em 1715, o encarregou de fundar uma academia equestre em Paris. A partir de 1730 e até à sua morte, já com o seu irmão Pierre como sócio, dirigiu a Académie des Tuilleries, tendo como patrono o príncipe Charles de Lorraine, escudeiro-mor do rei Luís XV. Podemos considerar o conjunto das 24 estampas nos seguintes cinco grupos: I - Estampas duplas: 1. Le nom et la situation des parties extérieures du cheval (no início do texto); 2. La course des têtes et de la bague (p. 166, com duas pequenas manchas); 3. Maladies du cheval (p. 184). II - Estampas técnicas: (A. Coquart — Borde): 4. La bride (p. 32); 5. Les différentes espèces de fers (p. 40); 6. La selle (p. 48). III - Esquemas de ensino (impressas junto ao texto, de plena página): 7. Plan d'une académie régulière (p. 58); 8. Plan de terre de l'épaule en dedans (p. 106); 9. Plan de terre de la croupe au mur (p. 110); 10. Le doubler (p. 122); 11. Plan de terre des changements de main (p. 123); 12. Les voltes" (p. 131); 13. Demi-voltes, passades et pirouettes (p. 134); 14. Le squellette du cheval (p. 173). IV - Estampas de Parrocel et Audran (allures): 15 e 16. Les allures naturelles" (p. 74 et 74 bis); 17 e 18. Les allures artificielles (p. 78 et 81). V - Figuras de cavaleiros (originais de Parrocel): 19. L'épaule en dedans (p. 104); 20. Le marquis de Beauvilliers (p. 109); 21. Monsieur de Kraut (p. 114); 22. Mr. le Comte de St Aignan (p. 117); 23. M. le Marquis de La Ferté (p. 126); 24. S.A.S. Charles Prince de Nassau" (p. 143). Exemplar ligeiramente aparado, mas muito limpo e completo, com todas as estampas bem colocadas e dobradas (as estampas duplas com as margens externas dobradas). Dois ex libris: Ex Bibliotecha J. H. Ancerhub (com silhueta, datado de 1937); e da Casa de Marialava - Dom Diogo. Encadernação da época, inteira de carneira, levemente cansada, com super-libros heráldico, gravado a ouro ao centro do plano superior, envolto na legenda: Ex Bibliotheca Carlowitziana (Carl Adolf von Carlowitz, general prussiano, natural de Großhartmannsdorf, na Saxónia, 1771-1837), biblioteca leiloada em 1930, em Berlim, pelo antiquário Heinrich Rosenberg. Conserva as guardas originais em papel marmoreado. Cohen, 588. Graesse, IV, p. 79. Brunet, III, 769. Mennessier de La Lance (Bibliographie hippique), II, p. 27.

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COIMBRA. Diocese.- Constituições | synodaes, | Do Bispado de Coimbra.- Coymbra: per Joã da barreyra & Joã aluarez, M. D. XLVIII. [1548].- [6], ciiij f.; 32 cm.- E.
Primeira edição das novas Constituições do Bispado de Coimbra, publicadas por iniciativa de Fr. João Soares (1507-1572), natural de Urrô (Penafiel), eremita de Santo Agostinho. Fr. João participou na terceira sessão do Concílio de Trento (1561/63), foi confessor de D. João III e bispo de Coimbra entre 1545 e o ano da sua morte. Deixou-nos além das constituições da sua diocese, extensa bibliografia de temática religiosa, nomeadamente comentários aos Evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos. No final, o seguinte cólofon: Forã impressas as presentes cõstituyções. Na muyto nobre e sempre leal cidade de Coymbra per Joã da barreyra e Joã aluarez, empressores da vniversidade. Por maãdado do muyto yllustre & reuere[n]dissimo senhor dõ Joam Soares bispo de Coimbra conde de Arganil. E forã acabadas aos doze dias do mes de Agosto anno do nacime[n]to d[e] nosso sñor Jesu Christo de M. D. XLVIII. Exemplar muito limpo, eventualmente tratado, com restauros menores na margem superior e cantos, no rosto. Algumas anotações da época (marginália), um pouco delida e ocasionalmente prejudicada pelo aparo, que preservou, no entanto, amplas margens. Encadernação recente, com a lombada de pergaminho e o corte das folhas dourado. Anselmo, 255. Biblioteca Nacional (Século XVI), 174. Biblioteca de D. Manuel II não refere.

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ESTELLA, Frei Diego de, O.F.M.- Tratado de la | vida loores y excelencias del glorioso a- | postol y bienauenturado euangelista san | Iuan, el mas amado y querido discipulo | de Christo nuestro saluador: cõpuesto | por el . P. F. Diego de Estella, de la or- | den de los frailes menores: dirigido | a la muy alta y muy poderosa rey- | na de Portugal, y por mãda | do de su alteza agora nue- | uame[n]te impresso...- Lisbona: en la impre[n]ta de German gallarde, [1554].- ccviij, [3, 1 br.] f.; 20 cm.- E.
Fr. Diego de Estella (1524-1578), religioso franciscano, humanista, teólogo e escritor ascético espanhol, natural de Estella (Navarra) fez os seus estudos em Toulouse e Salamanca. Em 1552 chegou a Portugal, onde permaneceu dois anos, integrado na comitiva da infanta D. Joana de Áustria (1535-1573), princesa de Portugal por casamento com o infante D. João Manuel (1537-1554), pais do rei D. Sebastião. Primeira edição da sua primeira obra, dedicada à rainha D. Catarina. Título enquadrado por uma gravura xilográfica igual à que foi utilizada na primeira edição de “Os Lusíadas” (1572); no verso da folha de rosto, um outra gravura representando o martírio de S. João. No verso da folha cviij (f. CC8) um extenso cólofon terminando com a data da conclusão da obra: “Acabouse a nueue del mes de Augusto. Año de mil y quinhientos y cinquentay quatro”. No primeiro caderno, quatro folhas (A1, 2, 7 e 8) apresentam restauros na margem superior; aparentemente, o caderno M foi adicionado a partir de outro exemplar. De resto, um exemplar limpo, sólido e completo. Ex-líbris da Livraria de J.G. Mazziotti Salema Garção. Encadernação da época, inteira de pergaminho flexível, com falta de três atilhos, mas conservando o papel original das guardas. Anselmo, 651. Palau, 83902. BN (Séc. XVI), 235. Biblioteca de D. Manuel II, 145.

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FIGUEIREDO, Manuel de.- CHRONOGRAPHIA | REPORTO- | RIO DOS TEMPOS, NO | QVAL SE CONTEM VI. PAR- | TES, S. DOS TEMPOS: ESPHERA, | Cosmographia, & arte da nauegação, Astrologia rus- | tica, & dos tempos, & pronosticação dos eclipses, co- | metas, & samenteiras. O calendario Romano, cõ | oseclypses ate 630. E no fim o uso, & fabrica | da balhestilha, & quadrante gyome- | trico, com hum tratado dos | Relogios.- Lisboa: Iorge Rodriguez, 1603.- [10], 284 [i. e. 283], [1] f.: il.; 19 cm.- E.
Tratado pluridisciplinar da autoria de um torrejano ilustre (1568-1630) que foi Mestre de Matemáticas, Cosmografia e Navegação e Cosmógrafo-Mor do Reino. A edição, única ao que parece, foi impressa à custa de Pero Ramires e apresenta interessantíssimos aspectos tipográficos, nomeadamente, dezenas de gravuras xilográficas, representando, com alguma rudeza, temas astronómicos e astrológicos. De salientar, contudo, um curiosíssimo esquema móvel que em alguns exemplares aparece montado na gravura do verso do fólio P5 (com duas peças girando sobre a gravura, em torno de um eixo, representando o modelo de um instrumento para determinar o nascimento dos signos), e que no presente se encontra por montar, com as gravuras das duas peças impressas na frente do último fólio da obra (fólio Oo8r, com verso em branco). Segundo o próprio autor: «As pessoas curiosas mandarão fazer este instrumento de metal que sairá mais certo do que em papel». A edição apresenta alguns erros de paginação, a saber: p. 24 em duplicado (fólios C8 e D1); salto da p. 101 para a p. 103 (fólios O2 e O3); salto da p. 221 para a p. 223 (fólios Ff5 e Ff6); alguns números trocados. O exemplar, um pouco aparado (corte das folhas carminado e encerado) com as folhas preliminares mal encadernadas, conserva a rara folha de errata (antes da f. ¶¶) que falta na maioria dos exemplares conhecidos. Folha de rosto um pouco empoeirada, com alguns restauros menores no verso (canto inferior externo reconstituído, com prejuízo da moldura xilográfica); pequeno corte de traça (mal) reparado, na margem inferior das folhas Bb4 a Ee5 (25 f.); ocasionais manchas ligeiras de (de maré). De resto, um exemplar completo, sólido e, em geral, limpo. Ex-libris de Victor d’Avila Perez (lote nº 2892 do leilão realizado em 1940). Encadernação do século XIX, inteira de carneira mosqueada, com a lombada profusamente trabalhada a ouro (pequeno dano superficial no rótulo). Inocêncio V, p. 427 (são raros os exemplares). Nepomuceno, 712. Ávila Perez, 2892. Auvermann, 155. Arouca, F 107 (não refere a última folha inumerada, com as duas peças gravadas).

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AMICO DA GALLIPOLI, Fr. Bernardino, O.F.M.- TRATTATO | delle Piante & Immagini | de Sacri Edifizi di | TERRA SANTA | Disegnate in Jerusalemme | secondo le regole della | Prospettiua. & uera misura | della lor grandezza | DAL R. P. F. BERNARDINO | Amico da Gallipoli dell’ | Ord. di S. FRANCESCO de | Minori osseruanij | Stampate in Roma e di nuouo | ristampate dallistesso Autore | in piu piccola forma, | aggiuntoui la strada | dolorosa, & | altre | figure.- In Firenze: Apresso Pietro Cecconcelli, 1620.- [8], 65, [i. e. 82], [1 ] p.: 1 portada grav., il.; 30 cm.- E.
Segunda edição de uma obra da maior importância para a história dos Lugares Santos e dos seus monumentos religiosos. O franciscano Bernardino Amico, natural de Gallipoli (fl. 1590-1610), viajou pela Terra Santa no final do século XVI, tendo sido prior da sua ordem em Jerusalém entre 1593 e 1597(?). Durante a sua estadia, recolheu numerosas notas e desenhos do natural, incluindo fachadas e plantas de alguns edifícios hoje desaparecidos. De volta a Itália, publicou a obra, primeiramente em 1609, com gravuras de Antonio Tempesta, menos nove estampas do que na presente edição, ilustrada com 33 gravuras duplas, da autoria do célebre gravador francês Jacques Callot, incluindo um frontispício gravado e uma vista de Jerusalém, segundo original de Antonio de Angelis (1578). A obra é dedicada a Cosimo II, de Médicis, Grão-Duque da Toscania, que terá encomendado as gravuras a Callot, expressamente para esta segunda edição. O volume apresenta uma paginação irregular e incompreensível, pelo que apresentamos de seguida, a colação pormenorizada e rigorosa: [1], ¶4, A2, B1, C-F2, G1, H-L2, M1, N-R2, S1, T-V2, X1, Y-Z2, Aa-Cc2, Dd1, Ee-Qq2, Rr1, Ss-Vv2. A edição apresenta as gravuras intercaladas por impressão sucessiva e só depois foi adicionado o respectivo texto descritivo. Terá sido então necessário juntar fólios suplementares, quando o espaço remanescente se relevou insuficiente para o texto que faltava imprimir, o que explica a irregularidade dos cadernos. No verso do último fólio, o seguinte colofon: In Firenze, M.DC.XIX. per il Cecconcelli. [marca do impressor] Alle Stelle Medicee. Con Licenzia dé Superiori. Todos os fólios se encontram montados em carcelas. Exemplar levemente aparado, com ligeiro manuseamento e ocasionais manchas. Alguns rasgões sem falta de suporte, nomeadamente nas dobras das gravuras (e na margem da f. O1). Ex-libris de Victor d’Avila Perez (não localizado no catálogo do leilão realizado em 1940). Encadernação da época, inteira de pergaminho rígido, da época, ligeiramente cansada e com alguns danos na lombada (recuperáveis). Os desenhos de Amico, foram as primeiras imagens com rigor que chegaram ao Ocidente, de alguns dos locais de maior significado religioso na Terra Santa, nomeadamente o edifício da Última Ceia, o Caminho da Cruz e o Santo Sepúlcro. Lieure (J. Callot), 306-352. Cicognara, 3932. Brunet, I, col. 231.

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MANUSCRITOS.- BENAVENTE (Irmandade dos Passos).- Livro dos assentos dos Irmãos da Irmandade dos Passos de Benavente.- Século XVIII/XIX (1731-1870).- 1 vol. (±300 f.); 30 cm.- E.
Grosso volume, contendo 760 folhas, das quais cerca de 460 em branco. Manuscrito de várias mãos, datado entre 1731 e 1870 (última entrada). Na frente da segunda folha apresenta a seguinte inscrição: Livro q hade servir dos assentos dos Irmãos dos Passos desta V[ill]ª de Benavte. e principia a servir em o año de 1731. O Juiz da Ordem da Com[ar]ca. de Benav[en]te. Fr. Caetano Joze da Rocha. No verso na quarta folha, um termo de abertura, assinado pelo mesmo, datado de 3 de Março de 1734. Na frente da sexta folha, o título desenhado a vermelho e azul, com a inicial I decorada a ouro: Inventario desta Irmandade dos Santos Passvs anno de 1737, seguindo-se oito folhas de índice dos capítulos (com epígrafes a vermelho e azul) e um curioso índice alfabético de irmãos, com as iniciais recortadas na margem externa. O volume inclui mais de 1.500 assentos, com a identificação dos irmãos, a data da entrada na irmandade, esmola e outras informações. O primeiro assento data de 6 de Março de 1731 e o último de 27 de Março de 1870. Conserva a sólida encadernação da época, inteira de carneira, com decoração a seco nos planos e grande aba cobrindo o corte da goteira e prolongando-se sobre o plano posterior (com restos da presilha de nastro). A Irmandade dos Passos da Vila de Benavente foi responsável pela implantação do Cruzeiro do Calvário, no largo com o mesmo nome, no ano de 1644. Sobre a Irmandade dos Passos deverá ver-se: Almeida, Justino Mendes de, Compromissos da Confraria e Irmandade dos Santos Passos da Vila de Benavente, in Estudos Benaventinos, Ano I, Benavente, 1957, pp. 27-33.

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MANUSCRITOS.- LISBOA (Quinta das Picoas).- Séculos XVI e XVII (1590-1690).- 10 documentos notariais principais; 31 cm.- E.
O índice inicial regista os seguintes documentos principais: 1 - Escriptura de compra, em 1597, por João de Consciência, a Simão da Fon[se]ca Coitinho, da Quinta das Picoas (c/ título de propriedade e certidão de medição, com os respectivos traslados e requerimentos); 2 - Escriptura de aforamento feita por D. Luiza Begot, e seu f[ilh]o Simão Falcão do prazo da Graça feita em 1606; 3 - Escritura de compra de Luiz Falcão, a Luiz de Vasconcellos seu irmão e irmãs, da Quinta junto das Picoas a honde hoje há eira (c/ escritura de compra de um foro, em 1590 e carta de partilhas); 4 - Escritura de novo emprazamento feita pelo Prior de Santa Marinha a Luiz Falcão em 1624 de uma terra de pão e vinho nas Picoas (c/ emprazamento antigo e provisão); 5 - Escritura de compra feita pelo Conigo João Falcão em 1658, do prazo de Santa Cruz do Castello... (c/ escritura de emprazamento e provisão de amortização); 6 - Escritura de emprazamento a Igreja de S. Cristóvão feito em 1635 de huma terra as Picoas... (c/ título de amortização de 1764); 7 - [Escritura de] Compra de hum foro q. pagava Antonio Lobo por huma terra às Picoas... (c/ escritura de emprazamento); 8 - Carta de arrematação de huma terra as Picoas , foreira a Sra. D. Anna de Castro...; 9 - Escritura de compra feita por Luiz Falcão a Luiz de Vasconcellos de huma terra com oliveiras nas Picoas... (c/ títulos antigos pertencentes a esta terra); 10 - Escrituras de emprazamento e títulos por onde António da Costa pessuhia as terras q. vendeu em 1674 a Luiz Falcão... Cada um destes 10 documentos é acompanhado por um número variável de documentos apensos (entre 8 e 20?), referentes ao documento principal, sendo a maioria notariais e respectivos traslados). Alguns documentos com acidez e outras imperfeições, mas em geral, inteiramente legíveis. O conjunto revestido de sólida encadernação inteira de carneira (muito cansada), da época, com dois rótulos: Maço. VII. Vol. XIV.; Lisboa Quinta das Picoas.

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SÃO MIGUEL, Frei Diogo de, O.S.A.- EXPOSIÇAM DA REGRA | do glorioso Padre sancto Augustinho, copila- | da de diuersos Aucthores, por Fey Diogo | de sam Miguel da ordem dos Ere- | mitas do mesmo Doctor | da Prouincia de | Portugal.- Foi impressa em Lixboa: em casa de Ioannes Blavio de Agripina Colonia, Anno de 1563.- [4], 208 f.; 29 cm.- E.
Fr. Diogo de São Miguel (1505-1576), eremita de Santo Agostinho, nasceu em Castelo Branco e morreu em Penafirme; foi reitor do colégio da sua ordem, em Coimbra e eleito por duas vezes provincial. Inclui a seguinte indicação na folha de rosto: Vendese á porta da See, em casa de Christouam lopez Liureyro, a dous tostões em papel. No verso da última folha, a marca do impressor. Exemplar ligeiramente aparado, com restauros e manchas, nas primeiras oito folhas (raramente afectando a parte impressa). Carimbo da Casa de Azevedo na primeira página do texto (lote nº 3096 do leilão realizado em 1921-1922, adquirido por 1.000 rs. por Victor Perez). Ex-libris de Victor d’Avila Perez (lote nº 7070 do leilão realizado em 1940). Inocêncio (II, p. 166) informa: É livro muito raro de que só vi um exemplar na Biblioteca Nacional. Encadernação do século XIX, inteira de carneira, (com etiqueta da encadernador do Porto A. M. F. Possas), com decoração a ouro em cercaduras e rectângulo central nos planos e florões nos entre-nervos. Anselmo, 355. Simões, 843. Biblioteca de D. Manuel II, 497.

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ANDRADE, Manuel Carlos de.- Luz da liberal e nobre arte de cavallaria.- Lisboa: Na Regia Officina Typografica, 1790.- XXVI, 454, [1, 1 br.] p.: 93 gravuras, 1 retrato; 35 cm.- E.
Exemplar completo (conserva a folha de errata final), de um dos mais belos livros impressos em Portugal no século XVIII e, seguramente, um dos mais procurados. Inocêncio afirma que alguns pretenderam atribuir a obra ao 4º marquês de Marialva, estribeiro-mor, mas tal não foi até hoje confirmado. As 93 gravuras, das quais 22 desdobráveis (todas bem dobradas e colocadas), representam sobretudo atitudes do cavalo no ensino e são abertas em chapa de cobre por diversos gravadores, sobretudo Luís Fróis, mas também Manuel Alegre, Luís Fernandez Piedra e outros, segundo originais de Joaquim Carneiro da Silva (Ernesto Soares, História, 1076). A estampa 76 (p. 390) apresenta uma curiosa subscrição: Silva del. — H. Queverdo aqua forti et terminé par J. J. Droüet 1792 (gravadores não referidos por E. Soares). O príncipe regente, futuro rei D. João VI, é representado nas gravuras 21, 29, 53 e 59 (E. Soares e Ferreira Lima, Dicionário de Iconografia, 1549 B). Vinhetas alusivas no início dos livros I e VI. Retrato do Príncipe Regente (no início), folha de rosto e seguinte, bem como as últimas 20 folhas, com ligeiros picos de acidez que afectam a margem da última gravura; inscrição de compra (assinada Manuel José Vitorino), do século XIX, mas não datada, no verso do retrato, que apresenta alguma abrasão (para apagar pertence) na margem superior. De resto, um exemplar limpo, conservando as gravuras muito frescas e bem dobradas. Encadernação do século XX, inteira de carneira, com patine mosqueada e lombada com casas fechadas, ao gosto da época. Inocêncio, V, 386. Torrecilla, 25: [Edición] digna de las magníficas ediciones ilustradas del caballero Pluvinel y del duque de Newcastle.

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PINTO, Fernão Mendes.- THE | VOYAGES | AND | ADVENTURES, | OF | Fernand Mendez Pinto, | A Portugal: During his | TRAVELS | for the space of one and twenty years in | The Kingdoms of Ethiopia, China, Tartaria, Cauchin- | china, Calaminham, Siam, Pegu, Japan, and a | great part of the East-Indies. | With a Relation and Description of most of the Places | thereof; their Religion, Laws, Riches, Customs, and | Government in the time of Peace and War. | Where he five times suffered Shipwrack, was sixteen times sold, | and thirteen times made a Slave...- London: Printed by J. Macock, and are to be sold by Henry Herringman, 1663.- [14], 326 (i. é 318) p.; 30 cm.- E.
Segunda edição em língua inglesa (a primeira é de 1653) do famoso livro de viagens de Fernão Mendes Pinto (1510/14-1583), célebre viajante e aventureiro, natural de Montemor-o-Velho. Fernão Mendes partiu para a Índia em 1537, tendo permanecido no Oriente cerca de 21 anos. A “Peregrinação”, relato fantástico das suas atribuladas aventuras, foi originalmente publicado por iniciativa de Fr. Belchior Faria, 31 anos após a sua morte (1614), a partir do manuscrito original legado pelo autor à Casa Pia dos Penitentes. Erro de paginação a partir da p. 232 (erradamente 240) até ao final. Exemplar levemente manuseado, com acidez, por vezes forte e outras manchas menores; terceiro fólio encadernado antes do segundo. Folha de rosto e últimas três folhas com a margem interior restaurada (reconstruída). Encontra-se, contudo, completo e sólido. Encadernação do século XX, com duplos rectângulos decorados a seco e com embutidos, nos planos, e casas fechadas a ouro na lombada (juntas ligeiramente cansadas). Palau, 163209. Leite de Faria, 40-2. Biblioteca de D. Manuel II, refere apenas a edição de 1653 (962). Cordier (BJ), 40 e (BI), 113. Reiss & Auvermann (Auction 40), 671 (o mesmo exemplar).

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