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euro_symbol€ 15,000 - 22,500 Base - Estimativa
gavel€ 54,000Vendido
Concerto - Anjo tocando violino e aves diversas cantando com partitura óleo sobre tela escola Holandesa séc. XVII reentelado, restauros assinatura e inscrição Casperis Lynpheum. Ad[d]idit et[iam] mare, provavelmente Gaspar van Eyck (1613-1673) Dimensões (altura x comprimento x largura) - 204 x 140 cm Notas: de acordo com a leitura e a douta interpretação do Prof. Doutor Arnaldo Monteiro do Espírito Santo, que inteiramente seguimos e que adiante sintetizamos:1. A inscrição visível na obra corresponde a "Casperis Lynpheum. Ad[d]idit et[iam] mare", que em português se traduz por: "Linfeu de Casper. Acrescentou também o mar";2. A inscrição está sobre a entrada de um "Linfeu" ou "Ninfeu", gruta refrescante, com uma nascente de água, na antiguidade consagrado às Ninfas, e muito na moda nos jardins dos palácios renascentistas. Na base da pintura, do lado direito, vê-se que corre água vinda, parece, do interior da gruta;3. A novidade deste quadro é que a gruta está junto do mar, para onde corre a água da nascente: esse aspecto é enfatizado em: Ad[d]idit et[iam] mare;4. Relativamente à questão de saber quem é o sujeito de "Ad[d]idit", parece óbvio que a resposta está em "Casperis", genitivo de autor;5. Esta dedução e a pesquisa efectuada apontam para o nome de Casper van Eyck (1613-1673) como possível autor do quadro;6. De facto, Casper van Eyck é reconhecido autor de marinhas, sendo o mar, e a água, presenças constantes na sua obra, mesmo onde não era de esperar, como no Ninfeu - que se situa geralmente no espaço das florestas, dos montes e dos jardins. Daí o "Ad[d]idit et[iam] mare", que exprime com ênfase (etiam) essa originalidade do quadro;7. Uma curiosidade é que "Addidit etiam mare" aparece num livrinho de exercícios de métrica publicado no século XIX, o que poderá significar que esta frase poderá ter sido tomada de um autor, de um manual, ou de um emblema anteriores, que não foi possível identificar;8. Com muita probabilidade, a menção "Addidit etiam mare" remete para o verso 38 do Livro I das "Metamorfoses" de Ovídio «Addidit [...] et stagna imensa» que se pode traduzir por «Acrescentou [...] a imensidão das águas». Este verso insere-se numa descrição em que Ovídio desenha com palavras um quadro da terra à medida que vão sendo criados os elementos que a constituem. Não é de excluir que a remissão para Ovídio, numa época em que as "Metamorfoses" eram conhecidas de um público muito vasto, seja entendida como sendo um elemento que oferece linhas de interpretação deste "Linpheum", e como que indicando a fonte em que o pintor se inspirou.A Cabral Moncada Leilões regista e agradece ao Senhor Prof. Doutor Arnaldo Monteiro do Espírito Santo a leitura e a interpretação da inscrição em causa.