EDUARDO VIANA - 1881-1967 Natureza morta óleo sobre tela assinado e datado de 1921 Dimensões (altura x comprimento x largura) - 106,5 x 85,5 cm Notas: integrou as seguintes exposições: "Exposição Retrospectiva da Obra do Pintor Eduardo Viana", Palácio Foz, Lisboa, Abril de 1968, reproduzida no respectivo catálogo. Lisboa: S.N.I., 1968, s/p, nº 93; e "Eduardo Viana - 1881-1967", Europália 91 - Museu de Belas Artes de Mons, 25 de Setembro a 6 de Dezembro de 1991/ Fundação de Serralves, Porto, 5 de Março a 19 de Abril de 1992, reproduzida no respectivo catálogo. Porto: Fundação de Serralves, 1992, pp. 164-165, onde Maria João Lello Ortigão Oliveira refere:

"Esta Natureza Morta de Viana continua a série de grandes formatos que culminara nos «Nus» e nas «Paisagens» de 1925.
Num período em que o tema não parece ter ocupado particularmente o pintor, esta obra manifesta um misto de familiaridade e estranheza: a identificação com os objectos recorrentes, (mesa, jarra, etc.) não deixa de ser subtilmente pervertida pelo recurso brutal a tonalidades fortes (roxo, púrpuras) cuja densidade contrasta com o jogo de decomposição lumínica, dado pelo cortinado e pela sombra da jarra na parede. Do mesmo modo, a estrutura matérica da jarra azul e branca e do cesto de frutas amarelas é questionada pelos ramos de folhas que escorrem do vaso, em intencional "apagamento".
Situação única na obra de Viana, de coexistência entre vários tipos de resolução pictórica, é uma das suas obras mais originais e porventura mais ignoradas."