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1ª Sessão | June 1, 2015  | 439 Lotes

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euro_symbol€ 4,000 - 6,000 Base - Estimativa

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Leque comemorativo da aclamação de D. João VI como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves dezasseis varetas em tartaruga e marfim e duas guardas em tartaruga entalhadas, vazadas e douradas "Figuras Orientais" folha de papel pintado "Aclamação de D. João VI sentado no trono e armas de Portugal, Brasil e Algarves", ladeado por coroas de rosas com iniciais no centro - J.VI e R.D.R.U., moldura superior e inferior com decoração heráldica China séc. XIX (1º quartel) caixa adaptada em madeira lacada de negro com dourados "Pássaros e flores", pequenos defeitos Dimensões (altura x comprimento x largura) - 33,5 (guarda); 58,5 x 33,5 (aberto) cm Notas: 1. Possivelmente segundo desenho de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) pois apresenta a mesma estrutura e composição que o retrato de D. João VI de sua autoria (Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro) e da ilustração n.º 9 da sua obra "Voyage pittoresque et historique au Brésil", vd. Jean Baptiste Debret - "Voyage pittoresque et historique au Brésil, ou Séjour d'un artiste français au Brésil, depuis 1816 jusqu'en 1831 inclusivement, époques de l'avènement et de l'abdication de S. M. D. Pedro Ier Fondateur de l'empire brésilien". Paris: Firmin Didot Frères, Imprimeurs de l'Institut de France, 1834, Volume 3, p. 133.
2. Reservas laterais com grinaldas de rosas com as inscrições: "J.V.I" (João VI) e "R.D.R.U." (Rei Do Reino Unido), moldura superior e inferior com decoração heráldica ostentando alternadamente escudos de prata com as Cinco Quinas e de vermelho com os Castelos de ouro do Algarve, intercalados por Esferas Armilares de ouro que compõem as armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O reverso da folha apresenta cinco bandas decorativas sobre fundo dourado, uma destas apresentando as dezanove estrelas sobre fundo azul das armas do Reino do Brasil (instituídas a partir de 1822 por D. Pedro, então Príncipe Regente do Brasil) e duas outras compostas por grinaldas de rosas que, tal como as do anverso, fazem referência à Imperial Ordem da Rosa, instituída em 1829 por D. Pedro I em comemoração do seu casamento em segundas núpcias com Amélia de Leuchtenberg. As guardas, em tartaruga, são esculpidas e pintadas a dourado. As varetas, alternadamente em marfim e tartaruga, apresentam decoração esculpida e pintada a dourado segundo cenas do quotidiano chinês sobre fundo vazado estriado. Rebite metálico com anilha de madrepérola. Caixa (provavelmente não original) lacada de negro com decoração dourada, forrada no interior da tampa com tecido azul pintado com um motivo de flores e faisões.
3. O presente leque insere-se num conjunto de leques de encomenda, provenientes de Macau, comemorativos dos acontecimentos mais significativos dos reinados de Rei D. João VI e do Imperador D. Pedro I do Brasil e dos quais se conhecem mais de uma dúzia de versões que têm alcançado importâncias assinaláveis no mercado de arte nacional. Acerca destes leques refere Paulo Campos Pinto: "Sobre a aclamação [de D. João VI] conhecemos pelo menos quatro leques diferentes, mas todos provenientes de Macau. Três deles com a representação do obelisco projectado por Grandjean Montigny para as cerimónias (...) e o quarto leque com a representação do monarca no trono, ladeado pelas iniciais alusivas emolduradas por coroas de rosas e fitas de ouro" - in Paulo Campos Pinto, "Ensaio sobre leques comemorativos portugueses", in Separata da Revista de Artes Decorativas n.º 3, Porto: Universidade Católica, 2009, p. 148.
A Cabral Moncada Leilões agradece à Mestranda Joana Correia Ferreira a elaboração do presente texto.
Vd. exemplares semelhantes in "O Museu Histórico Nacional - São Paulo - Brasil", Banco Safra, 1989, pp. 182 e 183, onde se refere que "Era hábito durante o reinado de D. João VI, comemorar fatos historicamente significativos, através de pinturas em leques. Este hábito foi intensificado durante o período de governo de D. Pedro I. Eram, geralmente, fabricados na China, através de encomenda nas «Casas da Índia», muito numerosas na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, nesta época"; e in "1ª Exposição de «Vestes e Objetos Imperiais» e de «Louça Histórica» em São Paulo", Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Setembro - Outubro, 1954, São Paulo, nº 55, pp. 22, 109 e 111.

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