O site da Cabral Moncada Leilões utiliza Cookies para proporcionar aos seus utilizadores uma maior rapidez e a personalização do serviço prestado. Ao navegar no site estará a consentir a utilização dos Cookies.Saiba mais sobre o uso de cookies

1ª Sessão | May 28, 2012  | 302 Lotes

1/4

euro_symbol€ 5,000 - 7,500 Base - Estimativa

remove_shopping_cart€ 0Retirado

chevron_leftLote anterior 118 chevron_rightLote seguinte

JOANA BAPTISTA - SÉC. XVII "São José com o Menino Jesus" e "Santa Isabel" par de óleos sobre cobre molduras em madeira entalhada e dourada assinados Dimensões (altura x comprimento x largura) - 30 x 22,5 cm Notas: integraram a Colecção Jorge de Brito.
O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, possui na sua Colecção uma pintura sobre cobre "Santa Maria Madalena" da mesma autora (26 x 21,5 cm), proveniente do Convento do Salvador, em Braga, com o nº de Inv. 1058,
que integrou a exposição "Rouge et Or. Trésors du Portugal Baroque", que teve lugar no Museu Jacquemart - André, em Paris, 25 de Setembro de 2001 a 25 de Fevereiro de 2002, encontrando-se reproduzida no respectivo catálogo, pp. 170-171, nº 39.
No referido catálogo, o Professor Doutor Vítor Serrão afirma "A sua autora, a irmã Joana Baptista, foi uma das numerosas monjas artistas que emergiram nesta época e faz prova de uma grande capacidade para a pintura decorativa, de que as crónicas conventuais fazem um elogio por vezes excessivo, das suas qualidades criadoras. Josefa de Ayala (Josefa de Óbidos), ainda que seja a personalidade mais importante, não foi a única mulher pintora do século XVII. Os cronistas de setecentos e oitocentos (Damião de Froes Perym, Barbosa Machado, Cyrillo Volkmar Machado, José da Cunha Taborda, Cardeal Saraiva e outros) falam elogiosamente da Cecília do Espírito Santo, freira do convento das Chagas de Vila Viçosa; da nobre Maria Madalena de Castro; de Maria dos Anjos, professa no convento de Santa Maria de Sena, em Évora; de Teodora Maria Andino, activa em Faro; e da nobre Dona Ana de Lorena, consideradas como artistas de uma certa capacidade e de uma grande sensibilidade. Nos livros de entrada de irmãos da Irmandade de S. Lucas estão referenciadas outras pintoras: a nobre Maria de Guadalupe Lencastre e Cardenas que foi presidente em 1659; as irmãs Catarina das Chagas e Dona Joana Coutinho, entradas em 1674, Paula da Coluna, Mónica de Santo Agostinho, Inês da Encarnação (1680), Antónia do Sacramento (1684) e Isabel de S. Bernardo, Vicência Evangelista, Bernarda Isabel, Joana do Deserto, Teresa Caetana, Úrsula Teresa, Joana Micaela e Mariana de Santa Rosa (1711).
No que respeita à irmã Joana Baptista, autora desta pequena pintura sobre cobre [a do MNAA], sabemos muito pouco, excepto que ela deixou obras em casas franciscanas, como este cobre de Santa Maria Madalena proveniente do Convento do Salvador, de Braga e em casas beneditinas, como o Convento de Tibães. Tem sido dito que esta freira era irmã do general do exército real, D. Manuel de Meneses, cronista do rei. Originária de Campo Maior, segundo a tradição, ela viveu no convento das Maltesas de S. João de Estremoz."
Felgueiras Gayo, no seu "Nobiliário de Famílias de Portugal" (tomo 18º, p. 212, § 21), refere um filho e quatro filhas resultantes do casamento de D. João de Meneses com Dona Madalena da Silva. Apesar de três delas terem sido freiras, apenas D. Jerónima viveu no Convento das Maltesas de São João de Estremoz, o que nos parece condizente com o facto de ter pintado a presente obra representando a "Rainha Santa Isabel"). D. Jerónima (de nascimento) terá alterado o seu nome e utilizado o nome de religião de Joana Baptista, escolhendo a versão feminina do nome do padroeiro do Convento - São João Baptista.
A calcular pelas datas de nascimento e morte de seu irmão primogénito D. Manuel de Meneses (cerca de 1565-1628), D. Jerónima (ou irmã Joana Baptista) teria nascido por volta de 1570/1575 pelo que a informação prestada na ficha do MNAA para a datação da pintura "Santa Maria Madalena" - "fins do século XVII" - teria de ser revista para «primeira metade do século XVII» ou, quanto muito, para «segundo quartel do século XVII».

Mensagem