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Sessão única | April 19, 2021  | 374 Lotes

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LUIGI MANINI - 1848-1936 Palace Hotel "Portas de Coimbra" - Buçaco - (1) Vista perspectiva das duas frentes principaes; (2) fachada lado noroeste; (3) fachada lado nord-este; (4) fachada lado sul-este quatro aguarelas sobre papel acompanhadas por cartão manuscrito, assinado por Emídio Navarro, do seguinte teor: Projecto de edifício nas "Portas de Coimbra", Bussaco. Aprovo, como plano geral, para ser detalhado pelo pessoal technico do Bussaco e oportunamente executado, segundo as especiais instruções que para isso se mandam. P. (Paris?) em 19 de Fevereiro de 1889 (assinatura de Emídio Navarro) séc. XIX (finais) assinadas Dimensões (altura x comprimento x largura) - 85 x 59 cm Notas: as aguarelas em causa são objecto do artigo intitulado "No coração do Buçaco..." da autoria de Afonso de Melo e fotografia de Mafalda Gomes, publicado na revista "Luz" do semanário NASCER DO SOL, edição de 27 de Março de 2021, p. 31, cujo texto adiante se transcreve, com a necessária autorização do autor e do semanário NASCER DO SOL, que se regista e agradece.

"A descoberta dos desenhos originais, a cores, do projecto de Gianni Manini para o palacete de caça destinado à família do Rei D. Carlos, foi como se um raio de sol claro brilhasse na noite escura. O impulsionador da obra veio a ser Emídio Júlio Navarro, Ministro das Obras Públicas entre Fevereiro de 1886 e 1889, mas já bailava na cabeça de D. Maria Pia que pretendia erguer na Serra do Buçaco um palácio que rivalizasse com o da Pena. Não foi a tempo. Luigi Pietro Manini, nascido na Lombardia a 8 de Março de 1848, Conde de Fagagna, foi discípulo de um dos grandes arquitectos italianos da altura, Antonio Polgatti, tendo trabalhado igualmente com Ferdinando Cassina, em Milão e Bréscia, antes de se radicar em Portugal a partir de Abril de 1879. Acabou por vir directamente do Teatro alla Scala de Milão para o São Carlos de Lisboa, cumprindo a missão de cenógrafo. Tinha acabado de cumprir 40 anos quando o convite de Emídio Navarro aterrou na sua mesa de trabalho. Manini tinha a consciência de que o seu talento andava a ser desperdiçado em funções menores. Resolveu adoptar um clássico estilo românico que seria, mais tarde, enriquecido por ornamentos neomanuelinos que entretanto haviam caído em desuso. O objectivo já não era que fosse uma moradia para a família real e que servisse como Palácio do Povo, um dos nomes que atribuíam aos hotéis nesse tempo. Em 1886, as primeiras aguarelas estavam prontas, tal como as podem ver nestas páginas. Um tom plácido e uma geometria em crescimento vertical de fazer inveja a Luís II da Baviera. O artista italiano, que viria a projectar, igualmente, o bem mais labiríntico Palácio da Regaleira, em Sintra, rodeou-se dos maiores mestres que Portugal tinha na altura, como Norte Júnior e Nicola Bigaglia, este de origem veneziana, que executaram as pinturas decorativas, e do escultor J. Machado que assinou as peças tridimensionais. A recuperação das aguarelas originais - com as medidas de 85 x 59 cm, ficou a cargo de Jonathan Gold. A obra, raríssima, só conhecida por uma pequena fotografia da época, foi encontrada recentemente e encontra-se nas mãos de um coleccionador particular que promoveu a sua limpeza e restauração."

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