CAROS AMIGOS,
É com muito gosto que lhes apresentamos o catálogo do nosso LEILÃO 171. Um leilão especial, abrangendo, como habitualmente, um conjunto alargado de bens de particular qualidade, raridade e antiguidade.
“LISbOA E O TEJO” um luminoso óleo sobre tela da autoria de CARLOS BOTELHO, de 1969, que de uma forma particularmente feliz capta a luz, as cores e o espírito desta cidade, ilustra a capa (lote 145). Para além de duas outras obras do mesmo autor (lotes 150 e 153), refira-se também “Le Déguisement Courtois”, da autoria de Júlio Pomar (lote 149), e ainda as obras de Júlio Resende (lote 144), Eduardo Viana (Lote 142), Carlos Reis (lote 134) e do Morgado de Setúbal (lotes 113 e 129).
Ainda na área da cultura Portuguesa, uma referência ao notável conjunto de documentos manuscritos do séc. XV e XVI que, adquiridos num leilão em Londres no ano já longínquo de 1976, em boa hora regressam a Portugal: o pergaminho com o Regimento do Armador-Mor de D. Manuel I, de 1507, idêntico ao entregue a D. Álvaro da Costa (lote 241), cartas régias assinadas por D. João II (lote 239), D. João III (lote 240), Rainha D. Catarina na menoridade de D. Sebastião (lote 241 a) e, sobretudo, a inédita carta do Cardeal-Rei D. Henrique relativa ao resgate dos 80 fidalgos portugueses cativos em Fez após Alcácer-Kibir – documento cujo significado e importância se alcança do artigo que expressamente solicitámos para o efeito a historiadora especialista neste período e que o catálogo reproduz na íntegra (lote 242).
Na área internacional, é incontornável, pela sua raridade e pelo seu valor, a referência ao anel cravejado com uma excepcional turmalina “Paraíba” azul de talhe coxim e o peso de 23,71 quilates (lote 264).
De referir igualmente o significativo conjunto de porcelana chinesa, pratas e jóias, mobiliário português e estrangeiro, como é, por exemplo, o caso do par de espelhos de grandes dimensões D. Maria I (lote 727) e de várias outras peças de alta decoração, caso do cadeirão de braços em madeira revestida a cristal, inglês, séc. XIX (lote 437), ou das esculturas das Quatro Estações, Europa, séc. XIX (lote 749).
A área da Arte Lusíada – peças de arte de encomenda portuguesa do tempo dos Descobrimentos, da África ao Extremo Oriente – encontro e cruzamento da arte e da cultura portuguesa com a arte e a cultura, as crenças, as tradições, os estilos e as técnicas da Índia (arte indo-portuguesa) de Ceilão (cíngalo-portuguesa), da China (sino-portuguesa) ou do Japão (Namban) – para nomear apenas alguns dos Países com que mais estreitamente nos ligámos desde o século XVI – está presente através de várias peças, destacando-se a placa em marfim sino-portuguesa, séc. XVII, representando a “Fuga da Sagrada Família para o Egipto, com a figura de nossa Senhora amamentando o Menino Jesus” (lote 526).
Uma referência, finalmente, à mais recente publicação da nossa participada SCRIbE, da autoria de Teresa Leonor M. Vale, intitulada “ARTE E DIPLOMACIA – a vivência romana dos embaixadores joaninos” que será apresentada no próximo dia 18 de Setembro, às 18h00, no Museu de Arte Antiga.
Esperando ter o gosto de os receber brevemente, com os melhores cumprimentos,
Pedro Maria de Alvim Miguel Cabral de Moncada