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1ª Sessão | December 15, 2014  | 429 Lotes

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euro_symbol€ 15,000 - 22,500 Base - Estimativa

gavel€ 48,000Vendido

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Centro de mesa prata grupo escultórico composto por cinco "Putti" entre "Motivos vegetalistas e grinaldas", decoração relevada, perlada, cinzelada e gravada "Armas Reais de Portugal e Sabóia", três cestos encanastrados, sendo o central fixo e os laterais suspensos e amovíveis, acompanhado por globo em cristal com tampa em prata com monograma da Rainha D. Maria Pia, marca de ourives de Augustin Pierre Adolphe Veyrat (1849-1873), plateau recortado com reforço interior em chapa metálica assente em placa de madeira, estojo original francês pequenos restauros antigos, pequenas faltas e defeitos na fixação de duas das grinaldas e numa das placas com os escudos remarcado aquando da realização do leilão dos bens da Rainha D. Maria Pia em 1912, com marca de toque de garantia para peças importadas e contraste Javali de Lisboa (1887-1937). Dimensões (altura x comprimento x largura) - 76 x 90 x 64 cm; Peso - bruto - 31000 grs. Notas: 1 - vd. VIDAL, Manuel Gonçalves; ALMEIDA, Fernando Moitinho de - "Marcas de Contrastes e Ourives Portugueses (1887 a 1993)". Lisboa: IN-CM, vol. II, nº 67 e 244A.

2 - O casamento entre o Rei D. Luís e a Rainha D. Maria Pia, realizado em 1862, representou a união entre a Casa Real Portuguesa e a Casa de Sabóia. D. Maria Pia era filha da Arquiduquesa Maria Adelaide de Habsburgo-Lorena e de Vítor Manuel II, o primeiro rei da Itália unificada. Para o referido casamento foi encomendada ao ourives francês Augustin Pierre Adolphe Veyrat - com loja no nº 20 da Rue de Malte, em Paris - uma baixela em prata com cerca de 60 peças, um faqueiro com 194 peças e um serviço de chá e café de 6 elementos, baixela conhecida como "Prata de casamento", todas com decoração idêntica e apresentando as armas de Portugal e da Sabóia em relevo, conjunto este que se encontra exposto na sua quase totalidade no Palácio Nacional da Ajuda.
Em conformidade com a lei de 1 de Julho de 1862, a rainha recebia uma dotação anual de 60.000$000 reis, ficando todas as despesas da sua Casa, Damas, criados e despesas pessoais a cargo dessa dotação. Não obstante a crescente inflação, a dotação anual permaneceu inalterada ao longo dos anos, o que levou a que se tivesse tornado insuficiente e que, na primeira década de 1900, a Rainha se tivesse visto na contingência de contrair vários empréstimos, o mais avultado dos quais ao Conde de Burnay - cerca de 20.000$000 reis.
Burnay morreria em 1909 e a Rainha D. Maria Pia em 1911. Em Julho de 1912, já em plena República, realizou-se, na sede do Banco de Portugal, em Lisboa, o celebre leilão das jóias e pratas da Rainha D. Maria Pia que estavam dadas como garantia dos referidos empréstimos. Os 375 lotes fariam a quantia de 353.277$000 reis, cerca de 17 milhões de euros a preços actuais. Muitas dessas peças, pelo seu elevado valor e cotação internacional, rumariam para outros países, surgindo algumas no mercado, ainda que raramente. É o caso do presente centro de mesa.
Trata-se da peça principal da mencionada baixela, precisamente a escolhida para ilustrar a capa da revista Brasil-Portugal, de 1 de Agosto de 1912. Havia sido o lote nº 7 do referido leilão, arrematada por 1.830 escudos, cerca de € 90.000 actuais.
(Henrique Correia Braga. Lisboa, Novembro 2014)

3 - As três taças em vidro monogramado pertencentes a cada um dos cestos acima referidos encontram-se depositadas no Palácio Nacional da Ajuda sob os nºs 22904/25 a 22904/27, conforme a correspondente ficha de inventário http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=987960

4 - Tendo a colocação em leilão sido previamente comunicada às entidades competentes, foi determinada a abertura de um processo tendente à sua classificação, aplicando-se consequentemente e desde já, o regime de bens classificados, designadamente a impossibilidade de exportação.

(Henriques Nunes, Palácio Nacional da Ajuda, c. 1880 - Direcção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica)

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