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Caixa Lusíada madeira entalhada "Enrolamentos vegetalistas e pássaros" revestimento integral a laca negra com restos de dourado, interior lacado a negro com dourados "Triunfo do Amor", ferragens e aplicações em ferro Sueste asiático séc. XVI dourado do exterior muito desgastado, pequenos defeitos Dimensões (altura x comprimento x largura) - 12 x 26,5 x 21 cm Notas: integrou a exposição "O Mundo da Laca - 2000 anos de História", realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, 2001, encontrando-se reproduzida no respectivo catálogo, p. 143, nº 67.
Pedro Moura Carvalho, no texto sobre o bem incluído no citado catálogo, afirma que a cena representada a dourado no interior da tampa é "inspirada no «Triunfo do Amor» de Francesco Petrarcha (1304-1374)", esclarecendo que "para além de terem sido publicados inúmeras vezes, os «Triunfos» deste poeta italiano foram também ilustrados frequentemente durante os séculos XV e XVI. A sua notoriedade era de tal forma elevada que um considerável número de majólicas, tapeçarias ou peças de mobiliário foram decoradas com estes temas. Neste caso foi o tema referente ao amor o escolhido, a partir de uma gravura quatrocentista próxima de um original publicado (1488) em Veneza por Bernardino da Novara", também reproduzida no catálogo em causa.
Há, contudo, um aspecto relevante, para que deve ser chamada a atenção: a semelhança das personagens e dos respectivos trajes, presentes na caixa, com as representações habituais, já nessa época, de outras tantas personagens da História de Portugal - D. João III, D. Vasco da Gama, Damião de Góis e Pedro Álvares Cabral - a coroa usada pela personagem real é a coroa usada, à época, pelos reis de Portugal, uma das figuras tem claras semelhanças com o medalhão representando Pedro Álvares Cabral existente no Mosteiro dos Jerónimos, mais tarde reproduzida na moeda comemorativa do quarto centenário do seu nascimento.
As semelhanças permitem mesmo acreditar que quem executou esta representação, inspirando-se na referida gravura, a terá adaptado para representar as figuras proeminentes da sociedade portuguesa da época.
De referir, a final, que , conforme afirma Pedro Moura Carvalho, no referido texto, "A nobreza da peça, o excepcional estado de conservação, o tema da decoração interior e a sua volumetria mais reduzida do que é habitual nestes exemplares indicam que, ao contrário de outras peças do género, pode não ter servido para guardar os usuais instrumentos de escrita. Parece antes tratar-se de um objecto especialmente encomendado para servir de presente a alguém do sexo feminino, que muito possivelmente o usou para guardar os seus mais preciosos haveres."

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