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euro_symbol€ 12,500 - 18,750 Base - Estimativa
gavel€ 12,500Vendido
CHÁVENA COM PIRES «PRIMEIRA FORNADA EM GRANDE DA FÁBRICA DA VISTA ALEGRE». Porcelana moldada. Decoração a ouro e rosa com medalhões policromados "Figuras alegóricas" tendo o central a legenda D. IZABEL MARIA. Centro do pires com decoração a ouro com marca VA entrelaçada, encimada por coroa real envoltas em coroa de louros. Interior integralmente a ouro. Aba do pires com quatro medalhões a grisaille "Figuras alegóricas" e quatro medalhões a dourado com inscrições DOS LUZOS A MAIOR GLÓRIA, HE ABRIGO SEM SEGUNDO, O AMPARO DA NAÇÃO e DE IZABEL A PROTECÇÃO. Base com inscrição PRIMEIRA PEÇA DE PORCELANA DA PRIMEIRA FORNADA EM GRANDE FABRICADA EM PORTUGAL NA FÁBRICA DA VISTA ALEGRE, QUE SE ESPERA APERFEIÇOAR NAS SEGUINTES FORNADAS. FABRE LUZITANO, PINXIT. Pintada por João Maria Fabre. Dimensões (altura x comprimento x largura) - (chávena) 6 cm; (pires) 14 cm Notas: trata-se de uma das duas primeiras peças conhecidas produzidas pela Fábrica da Vista Alegre.A presente chávena com pires destinou-se a ser entregue à Infanta Dona Isabel Maria (1801-1876), filha do rei D. João VI e regente do Reino (1826-1828).A entrega teve de ocorrer entre Janeiro de 1827 (altura da entrada de João Maria Fabre na Fábrica da Vista Alegre) e Janeiro de 1828 (final da regência da Infanta Dona Isabel Maria).A outra chávena com pires foi entregue à Real Junta do Comércio, tendo sido adquirida em 1940 pelo Museu Nacional de Arte Antiga, onde se encontra exposta.A entrega esteve no processo de acreditação da qualidade da Fábrica, tendo dado origem à designação de «Real Fábrica».A presente chávena com pires integrou a Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário da Fundação da Fábrica da Vista Alegre, efectuada no Museu das Janelas Verdes, em 1924 - vd. "A Fábrica da Vista Alegre - O Livro do seu Centenário". Lisboa: Biblioteca Nacional, 1924, pp. 114-115, onde se encontra a seguinte informação "Desta época das experiências de porcelana é a notável chávena pertencente ao Ex.mo. Sr. Duque de Palmela e em cujo fundo se lê a seguinte curiosa inscrição a ouro: “Primeira peça de porcelana da primeira fornada em grande, fabricada em Portugal na Fábrica da VISTA ALEGRE, que se espera aperfeiçoar nas primeiras fornadas. É pintada e assinada “Fabre Luzitano” (cremos que João Maria Fabri). [...]".Entre as diversas referências bibliográficas dedicadas à presente chávena com pires, destacamos:"Seja como for, o facto incontestável, e bem evidenciado por Cardoso Pinto, é que, em 1827, a Fábrica da Vista Alegre já conseguiu enfornar, em grande escala, autêntica e bastante perfeita pasta de porcelana. E o acontecimento, esporádico, segundo parece, mereceu, como é natural, as honras de comemoração, expressa na peça em referência, bem como noutra pertencente à Ex.ma. Casa Palmela, da qual, por ocasião da Exposição de 1924, o Administrador-Delegado da Fábrica, Eng.º João Teodoro Ferreira Pinto Basto anteviu o valor documental quanto à data da sua manufactura que, então não pode ser fixada” - cf. VALENTE, Vasco - "A Porcelana Artística Portuguesa". Porto. Imprensa Moderna, Limitada. 1949, pp. 39-43.A produção de porcelana na Fábrica Vista Alegre passou por diversas fases de experiência até se conseguir obter uma primeira fornada com peças em porcelana perfeita. Desta fornada resultou uma que levou como decoração o busto da Infanta Regente D. Izabel Maria, assente sobre um pedestal com as armas reais. Nesta decoração estão ainda, à esquerda da Infanta, Minerva – que a coroa com louros - e, à direita, a História – que sustenta sobre o joelho esquerdo um escudo, no qual se lê: “Fábrica de Porcelana estabelecida em Portugal em 1826”. No pires, a decoração é dedicada à fábrica.[…]Neste mês [Fevereiro de 1826], a Vista Alegre envia à Junta do Comércio uma descrição do modo de fabricar porcelana. E recebe (a 3/3) o «privilégio exclusivo por 20 anos para o fabrico da porcelana, vidros e processos químicos» e, bem assim, «a absoluta proibição de se exportarem as matérias-primas para a porcelana».[…]E (1/8) [de 1827, José Ferreira Pinto Basto] manda finalmente à Real Junta do Comércio uma magnífica chávena com seu pires, «a primeira porcelana feita neste país que mostra o começo desta manufactura, em que, apesar de algumas imperfeições, já se vê o que pode vir a ser quando aperfeiçoada». Em resposta, a Junta louva-lhe (a 6/8) [de 1827] «o zelo que mostra pelo aperfeiçoamento desta útil manufactura»" - cf. Revista Vista Alegre, nº 11 de Junho de 1999, pp. 40 e 54."Porcelana imperfeita. Decoração policromada e ouro. No fundo da chávena [se a seguinte legenda]: «Peça de porcelana da primeira fornada em grande fabricada em Portugal na Fábrica da Vista Alegre que se espera aperfeiçoar nas seguintes fornadas». Decoração com três medalhões contendo figuras alegóricas, tendo o central a legenda: «D. Izabel Maria». Ornatos a ouro sobre fundo rosa. O interior da chávena é todo dourado. Na aba do pires quatro figuras igualmente alegóricas, alternadas com as seguintes legendas: «Dos lusos a maior gloria»; «O amparo da Nação»; «He abrigo sem segundo»; «De Izabel a protecção». Ass. “Fabre Luzitano, pinxit 1827” - cf. "Vista Alegre Porcelanas". Lisboa. Edições INAPA, 1989, p. 80.PROVENIÊNCIA: Infanta Dona Isabel Maria de Bragança (1801-1876), regente do Reino (1826-1828); D. Pedro de Sousa Holstein (1781-1850), 1º duque de Palmela; D. Domingos de Sousa Holstein (1818-1864), 2º duque de Palmela; Dona Maria Luísa de Sousa Holstein (1841-1909), 3ª duquesa de Palmela; Dona Helena Maria Domingas de Sousa Holstein (1864-1941); 4ª duquesa de Palmela; D. Domingos Maria de Sousa Holstein-Beck (1897-1967), 5º duque de Palmela; e seus descendentes até à aquisição em 2016 pelo actual proprietário.