Email: academia@cml.pt
16 a 25 de Maio de 2023 Terças e quintas-feiras, a partir das 19h Valor Presencial € 180 (curso completo) Nota: No curso presencial não será possível a frequência por módulo, apenas de forma completa. Online € 100 (curso completo) € 30 (por módulo)
Pacote Curso Completo de Artes Decorativas na Carreira da Índia + Mobiliário Lusíada Presencial € 320 Online € 180
A bordo das naus da Carreira da Índia circulavam não apenas mercadorias adquiridas na Índia, e nas viagens pelas costas ocidental e oriental de África, mas também através do comércio intra-asiático, nomeadamente nos mares da China e no sudeste asiático, e também junto ao Golfo Pérsico. Para além das especiarias, o mundo material da Carreira da Índia reflecte este comércio à escala global e a encomenda de bens sumptuários como mobiliário enriquecido com materiais exóticos como madeiras preciosas, marfim, madrepérola e tartaruga, têxteis de algodão ou seda, por vezes bordados e tapetes orientais, jóias e pedraria, ourivesaria e marfins devocionais. Essa amplitude é espelhada na riqueza dos interiores domésticos portugueses de então, contrastando o seu uso disseminado em Portugal com o coleccionismo destes objectos em âmbito principesco, em Kunstkammern pelas cortes da Europa. Organizado em quatro módulos, o objectivo deste curso é apresentar estas produções exóticas de forma contextualizada, a sua encomenda, produção e consumo, espelhando as intensas trocas culturais e artísticas promovidas pelos portugueses no período de exploração marítima dos séculos XVI e XVII. Em cada módulo serão discutidos em pormenor dezenas de objectos, uns mais conhecidos e outros raramente vistos ou publicados, de colecções públicas e particulares, e sempre que possível analisaremos ao vivo algumas peças.
As inscrições são limitadas e obrigatórias.
Para inscrições ou mais informações.
10h - 4 sessões de 2h30
16 a 25 de Maio de 2023 Terças e quintas-feiras, a partir das
Presencial € 180 (curso completo) Nota: No curso presencial não será possível a frequência por módulo, apenas de forma completa.
Online € 30 (por módulo) € 100 (curso completo)
NOVIDADE – PACOTE CURSO COMPLETO DE ARTES DECORATIVAS NA CARREIRA DA ÍNDIA + MOBILIÁRIO LUSÍADA Presencial € 320 Online € 180
Cabral Moncada Leilões Rua Miguel Lupi, 12 D, 1200-725 Lisboa
16 de Maio – 19h Módulo 1 Introdução. África e Índia ─── 18 de Maio – 19h Módulo 2 Índia e Sri Lanka ─── 23 de Maio – 19h Módulo 3 Sudeste Asiático e China ─── 25 de Maio – 19h Módulo 4 Japão, Filipinas e América do Sul
Hugo Miguel Crespo
Licenciado em História da Arte e Património pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2008), Hugo Miguel Crespo é especialista em cultura material do Renascimento português e artes decorativas asiáticas de exportação feitas para o mercado europeu sob encomenda portuguesa nos séculos XVI e XVII. Em 2014 comissariou uma exposição no Museu do Oriente, Lisboa, intitulada Jóias da Carreira da Índia, sendo autor do seu catálogo, publicado em português e inglês. Em 2016 apresentou a muito prestigiada Annual Benjamin Zucker Lecture on Mughal Art sobre “Indian Jewellery and the Portuguese during the rise of the Mughal Empire” no Victoria and Albert Museum, Londres. Em 2021 comissariou a exposição A Índia em Portugal. Um Tempo de Confluências Artísticas no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, publicando o catálogo a três línguas (português, inglês e hindi). Tem colaborado com antiquários de renome internacional sendo perito da leiloeira Cabral Moncada, Lisboa na área da sua especialidade. Foi também consultor científico do novo Museu do Tesouro Real, Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa. É Professor Convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É autor de diversos livros, artigos e capítulos de livro.
MÓDULO 1 Introdução. África e Índia Este primeiro módulo introdutório e de contextualização apresentará primeiro o mundo material da Carreira da Índia, com ênfase nos variados tipos de objectos carregados a bordo das naus da carreira, a estiva a bordo, e a natureza e diversidade dos bens. Incidiremos também sobre a presença destes objectos nos interiores domésticos da Lisboa do século XVI, com base em inventários da época. Depois de uma breve apresentação das produções da costa ocidental africana, nomeadamente os marfins da Serra Leoa, do Benim e do Congo, analisaremos as primeiras produções indianas para exportação para o mercado ibérico, nomeadamente as do Guzarate, focando em particular na problemática da ‘viagem das formas’.
MÓDULO 2 Índia e Sri Lanka Dando seguimento ao módulo anterior, apresentaremos as diversas produções indianas, em particular da costa ocidental, de norte para sul. Focaremos no mobiliário precioso, na ourivesaria, nos têxteis, nos marfins entalhados, na joalharia, etc. As produções sumptuárias da Índia e do Ceilão (actual Sri Lanka) são daquelas mais bem documentadas e conhecidas. De entre todas sobressaem os marfins devocionais cingaleses e as primeiras ofertas diplomáticas entre o Ceilão e a corte portuguesa. Analisaremos também peças em cristal de rocha, e um raro grupo de joalharia devocional. Também do Ceilão focaremos a atenção em peças de mobiliário em marfim, tartaruga ou ébano.
MÓDULO 3 Sudeste Asiático e China À excepção da porcelana chinesa, as primeiras produções chinesas de peças sumptuárias para o mercado ibérico, tal como as do sudeste asiático, são pouco conhecidas e estudadas entre nós. Neste módulo apresentaremos as primeiras lacas para exportação para o mercado português, do reino do Pegu (actual Myanmar), lacas e raros marfins devocionais do reino do Sião (actual Tailândia), lacas e têxteis chineses, etc.
MÓDULO 4 Japão, Filipinas e América do Sul Se em Portugal as produções japonesas para exportação, em particular as lacas Namban, são já bastante familiares, o mobiliário e os marfins produzidos nas Filipinas para o mercado ibérico permanecem quase ignorados entre nós. O mesmo acontece com as produções sul-americanas que tantas afinidades apresentam, quer ao nível das formas, material e iconografia, com as produzidas na Ásia para exportação para o mercado europeu.