JOSÉ MARQUES DA SILVA (ARQUITECTO) - 1869-1947 Armário ao gosto renascentista carvalho com entalhamentos "Mascarões segurando folhagem", "Cabeças de ave segurando cartelas" e "Mascarões e motivos vegetalistas" painéis das portas entalhados "Putto tocando gaita de beiços" e "Putto bacante", puxadores em bronze pequenas faltas e defeitos, vestígios de insectos xilófagos não assinado Dimensões (altura x comprimento x largura) - 190,5 x 141 x 63,5 cm Notas: acompanhado de cópia do esboço editado na revista "O Tripeiro", ano X.

José Marques da Silva (1869-1947) foi um renomado arquitecto portuense.

Tendo iniciado a sua formação na Academia Portuense de Belas-Artes, onde foi aluno, entre outros, de António Geraldes da Silva Sardinha, João Marques de Oliveira e António Soares dos Reis, foi em Paris que completou a sua formação, obtendo o grau de Arquitecto Diplomado pelo Governo Francês, em 10 de dezembro de 1896.

Relevante pela quantidade e qualidade de edifícios que projectou enquanto arquitecto, alguns deles verdadeiros marcos da cidade do Porto, como: a Estação de São Bento (1896-1916); o Teatro Nacional de São João (1910-1920); o Edifício das Quatro Estações (1905); o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular (1909), os Liceus Alexandre Herculano (1914-1930) e Rodrigues de Freitas (1919-1933); a conclusão do Palácio do Conde de Vizela (1920-1923); a Casa e Jardins de Serralves (1925-1943); e diversas casas de habitação; influenciou decisivamente a estrutura da paisagem urbana do Porto, como, entre outras, a configuração actual da Avenida dos Aliados.

Também em Guimarães construiu obras de grande significado urbano, como: a Sociedade Martins Sarmento (1903-1908); o Mercado Municipal (1927-1947); e o Santuário da Penha (1930-1947). Tal como em Braga: o Edifício das Obras Públicas (1905); e em Barcelos: um prédio na rua Barjona de Freitas (1940).

Obteve na Exposição Universal de Paris de 1900 a medalha de prata e na Exposição do Rio de Janeiro de 1908 a medalha de ouro. Neste mesmo ano, foi agraciado com o Grau Oficial da Ordem de São Tiago de Mérito Científico, Literário e Artístico.

Para além da sua intensa actividade arquitectónica, José Marques da Silva assumiu, entre 1913 e 1939, a direcção da Escola de Belas Artes do Porto, onde foi mestre de várias gerações de arquitectos.

A perpetuar o seu legado, a sua residência foi transformada na, actual, Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva, situada no Praça Marquês de Pombal, Porto.

“Nas suas múltiplas frentes de actuação Marques da Silva deixou um legado duradouro na cultura arquitectónica portuense, na paisagem da cidade, na cultura de projecto dos arquitectos, nas práticas de ensino, numa certa forma de fazer e pensar a arquitectura que se foi consolidando no Porto ao longo do século XX”.

Os dois móveis que a Cabral Moncada Leilões leva à venda seguem os projectos de José Marques da Silva, revelando uma faceta menos conhecida da sua actividade. Pouco conhecido na sua vertente de «designer» de peças de mobiliário, os dois móveis em causa são testemunho da sua versatilidade, tendo a vantagem de um deles se encontrar acompanhado pelo respectivo desenho original, o qual nos permite a comparação com a obra executada – vd. https://fims.up.pt/index.php?cat=45&subcat=2; e https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Marques_da_Silva - consultados a 9-5-2024 às 17:59.