O site da Cabral Moncada Leilões utiliza Cookies para proporcionar aos seus utilizadores uma maior rapidez e a personalização do serviço prestado. Ao navegar no site estará a consentir a utilização dos Cookies.Consulte a nossa Política de cookies

Sessão única | September 25, 2023  | 368 Lotes

1/2

euro_symbol€ 150 - 225 Base - Estimativa

gavel€ 150Vendido

chevron_leftLote anterior 43 chevron_rightLote seguinte

Boneca e colar estruturas integralmente cobertas de missangas coloridas, aplicações em bambu África do Sul - Zulu séc. XX (2ª metade) diversas faltas e defeitos Dimensões (altura x comprimento x largura) - 23,5 cm Notas: Proveniência: Colecção Eng. Elísio Romariz dos Santos Silva

a boneca constitui possivelmente a peça nº 236, referida no caderno de apontamentos do coleccionador «Angola - Arte Negra, Relação e descrição das peças», nele identificada como «Boneca»: "Adquirida em Joanesburgo. Oferta do meu filho José no Natal/1984 [...]".
"Entre os povos Nguni, que incluem os Galecka, Ndebele, Swazi, Xhosa e Zulu, meninas pré-púberes brincam com bonecas que elas próprias fazem com barro, madeira e paus. Entre os Nguni e Stho, as bonecas infantis raramente têm contas porque são muito caras. Ocasionalmente, uma menina poderá receber uma boneca com missangas, de uma avó indulgente. Enquanto ela brinca com o seu "filho", os seus pais observam como ela lida com a situação, dizendo que o papel que desempenha prediz as suas habilidades como esposa e mãe.  (Hechter-Schultz 1966:517 - 18).
Pequenas bonecas usadas em redor do pescoço, projetadas para garantir o casamento, aparecem entre os Nguni [...] As raparigas Ndebele utilizam a boneca abertamente «à verdadeira moda Nguni» ou escondem-na debaixo da roupa. [...] Se a boneca for utilizada publicamente, a comunidade assume que ela [a rapariga que a utiliza] está a procurar melhorar a sua futura fertilidade. Se a boneca for utilizada secretamente, significa que a menina procura um marido (Lange, p. 88). Quando uma jovem se prepara para casar, ela recebe uma boneca diferente que ela nomeia e cuida e o seu primeiro filho deverá ter o nome dessa boneca (Hechter-Schultz, p. 519).
Quando um casal é incapaz de conceber um filho, as suas famílias examinam-no cuidadosamente. Se nenhum problema físico for facilmente encontrado, os dois membros do casal deverão ir a um adivinho para realizarem um tratamento. Muitas vezes o adivinho discerne que a mulher não passou pela iniciação ou que não foi feita corretamente. Neste caso, a esposa é instruída a voltar para a casa do seu pai e a submeter-se aos ritos novamente, desta vez carregando uma boneca como filho substituto." - cf. CAMERON, Elisabeth L. - "Isn't S/He a Doll? Play and Ritual in African Sculpture". Los Angeles: Regents of the University of California, 1996, p. 110 (tradução nossa), onde se encontram representadas bonecas com algumas características semelhantes - pp. 59 e 110, nºs 74 e 146.

Mensagem