Nos livros de entrada de irmãos da Irmandade
de S. Lucas estão referenciadas outras pintoras:
a nobre Maria de Guadalupe Lencastre e Cardenas
que foi presidente em 1659; as irmãs Catarina das
Chagas e Dona Joana Coutinho, entradas em 1674,
Paula da Coluna, Mónica de Santo Agostinho,
Inês da Encarnação (1680), Antónia do Sacramento
(1684) e Isabel de S. Bernardo, Vicência Evangelista,
Bernarda Isabel, Joana do Deserto, Teresa Caetana,
Úrsula Teresa, Joana Micaela e Mariana de Santa Rosa
(1711). No que respeita à irmã Joana Baptista, autora
desta pequena pintura sobre cobre [a do MNAA],
sabemos muito pouco, excepto que ela deixou obras
em casas franciscanas, como este cobre de Santa Maria
Madalena proveniente do Convento do Salvador,
de Braga e em casas beneditinas, como o Convento
de Tibães. Tem sido dito que esta freira era irmã
do general do exército real, D. Manuel de Meneses,
cronista do rei. Originária de Campo Maior,
segundo a tradição, ela viveu no Convento
das Maltesas de S. João de Estremoz.”
Felgueiras Gayo, no seu “Nobiliário de Famílias
de Portugal” (tomo 18º, p. 212, § 21),
refere um filho e quatro filhas resultantes do casamento
de D. João de Meneses com Dona Madalena da Silva.
Apesar de três delas terem sido freiras, apenas
D. Jerónima viveu no Convento das Maltesas
de São João de Estremoz, o que nos parece
condizente com o facto de ter pintado a presente obra
representando a “Rainha Santa Isabel”).
D. Jerónima (de nascimento) terá alterado o seu nome
e utilizado o nome de religião de Joana Baptista,
escolhendo a versão feminina do nome do padroeiro
do Convento - São João Baptista.
A calcular pelas datas de nascimento e morte de seu
irmão primogénito D. Manuel de Meneses (cerca de
1565-1628), D. Jerónima (ou irmã Joana Baptista)
teria nascido por volta de 1570/1575 pelo que a
informação prestada na ficha do MNAA para a datação
da pintura “Santa Maria Madalena” - “fins do século
XVII” - teria de ser revista para «primeira metade do
século XVII» ou, quanto muito, para «segundo quartel
do século XVII».
Relativamente à pintura que representa a
“Rainha Santa Isabel” é de realçar o facto de ter sido
executada em data próxima da data da sua
canonização em 1625 e de representar o mais famoso
milagre que lhe é atribuído.
O primeiro valor indicado em euros corresponde à reserva contratada com o proprietário
cabral moncada leilões
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