Leilão 169 - page 25

Notas: 1. Possivelmente segundo desenho de Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
pois apresenta a mesma estrutura e composição que o retrato de D. João VI de sua
autoria (Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro) e da ilustração n.º 9 da sua
obra “Voyage pittoresque et historique au Brésil”, vd. Jean Baptiste Debret - “Voyage
pittoresque et historique au Brésil, ou Séjour d’un artiste français au Brésil, depuis
1816 jusqu’en 1831 inclusivement, époques de l’avènement et de l’abdication
de S. M. D. Pedro Ier Fondateur de l’empire brésilien”. Paris: Firmin Didot Frères,
Imprimeurs de l’Institut de France, 1834, Volume 3, p. 133.
2. Reservas laterais com grinaldas de rosas com as inscrições: “J.V.I” (João VI)
e “R.D.R.U.” (Rei Do Reino Unido), moldura superior e inferior com decoração
heráldica ostentando alternadamente escudos de prata com as Cinco Quinas e de
vermelho com os Castelos de ouro do Algarve, intercalados por Esferas Armilares de
ouro que compõem as armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
O reverso da folha apresenta cinco bandas decorativas sobre fundo dourado, uma
destas apresentando as dezanove estrelas sobre fundo azul das armas do Reino
do Brasil (instituídas a partir de 1822 por D. Pedro, então Príncipe Regente do
Brasil) e duas outras compostas por grinaldas de rosas que, tal como as do anverso,
fazem referência à Imperial Ordem da Rosa, instituída em 1829 por D. Pedro I
em comemoração do seu casamento em segundas núpcias com Amélia de
Leuchtenberg. As guardas, em tartaruga, são esculpidas e pintadas a dourado.
As varetas, alternadamente em marfim e tartaruga, apresentam decoração esculpida
e pintada a dourado segundo cenas do quotidiano chinês sobre fundo vazado
estriado. Rebite metálico com anilha de madrepérola. Caixa adaptada lacada de
negro com decoração dourada, forrada no interior da tampa com tecido azul
pintado com um motivo de flores e faisões.
3. O presente leque insere-se num conjunto de leques de encomenda, provenientes
de Macau, comemorativos dos acontecimentos mais significativos dos reinados de
Rei D. João VI e do Imperador D. Pedro I do Brasil e dos quais se conhecem mais de
uma dúzia de versões que têm alcançado importâncias assinaláveis no mercado de
arte nacional. Acerca destes leques refere Paulo Campos Pinto: “Sobre a aclamação
[de D. João VI] conhecemos pelo menos quatro leques diferentes, mas todos
provenientes de Macau. Três deles com a representação do obelisco projectado por
Grandjean Montigny para as cerimónias (...) e o quarto leque com a representação
do monarca no trono, ladeado pelas iniciais alusivas emolduradas por coroas de
rosas e fitas de ouro” - in Paulo Campos Pinto, “Ensaio sobre leques comemorativos
portugueses”, in Separata da Revista de Artes Decorativas n.º 3, Porto: Universidade
Católica, 2009, p. 148. A Cabral Moncada Leilões agradece à Mestranda Joana
Correia Ferreira a elaboração do presente texto.
Vd. exemplares semelhantes in “O Museu Histórico Nacional - São Paulo - Brasil”,
Banco Safra, 1989, pp. 182 e 183, onde se refere que “Era hábito durante o reinado
de D. João VI, comemorar fatos historicamente significativos, através de pinturas em
leques. Este hábito foi intensificado durante o período de governo de D. Pedro I.
Eram, geralmente, fabricados na China, através de encomenda nas «Casas da Índia»,
muito numerosas na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, nesta época”; e in “1ª
Exposição de «Vestes e Objetos Imperiais» e de «Louça Histórica» em São Paulo”,
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Setembro - Outubro, 1954,
São Paulo, nº 55, pp. 22, 109 e 111.
Verso do leque
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