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josefa de ÓBidos (ou de aYaLa) - 1634(?)-1684,
“n
atividade
”,
óleo sobre cobre,
datável de cerca de 1650-1660,
restauros, assinado
Nota:
a presente obra integrou as seguintes exposições: “Josefa de Óbidos
e o Tempo Barroco”, realizada na Galeria de Pintura do Rei D. Luís,
no Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa, 1992, encontrando-se reproduzida
e identificada no respectivo catálogo, pp. 122-123, nº 12; e “The Sacred
and the Profane -Josefa de Óbidos of Portugal” realizada no National
Museum of Women in the Arts, Washington D.C., 1997, encontrando-se
reproduzida e identificada no respectivo catálogo, pp. 104-105, nº 7.
JOSEFA DE ÓBIDOS (OR DE AYALA) - 1634 (?)-1684, “Nativity”,
oil on copper,
datable circa 1650-1660,
restorations, signed
Dim. - 16 x 21 cm € 20.000 - 30.000
No catálogo da exposição “Josefa de Óbidos e o Tempo Barroco” o Professor
Vítor Serrão afirma que “Josefa de Ayala e Cabrera, nascida em Sevilha,
de pai português, em 1630, radicada desde moça em Coimbra e, depois,
em Óbidos, onde trabalhou e faleceu em 1684, é sem sombra de dúvidas,
a mais celebrada artista nacional do século XVII.”
Na respectiva ficha da obra o mesmo historiador refere o seguinte:
“Versão segundo composição nórdica de Abraham Blomaert, embora
com variações originais, constitui um belo exercício “a la candela”,
com S. José à esquerda, segurando a vela acesa e contribuindo para
uma iluminação indirecta e compacta do menino deitado na esteira sobre
um bem composto lenço branco, e a Virgem, de formoso rosto, cabelo
ataviado, lenço “ao sevilhano”, túnica vermelha e capa azul.
A composição é requintada, servida por uma superfície transparente
e um colorido cálido, mostrando as delongas da execução, destinada
decerto a cliente de recursos.
Outro foco de iluminação, este sobrenatural, ocorre no fundo à esquerda,
com o anúncio do Anjo aos pastores, trecho esse que segue a gravura citada
segundo Blomaert.
É cobre de fina execução e da primeira época joséfica, composto
correctamente através de uma bem cuidada modelação luminosa e forte,
que valoriza rostos em contra-luz, tecidos, as palhinhas do leito de Jesus,
a cesta e outros acessórios do Presépio. Tem o acrescido interesse de poder
ser explicado pelo recurso à citada gravura nórdica, utilizada por Josefa
com grande fidelidade, a partir do original de Abraham Blomaert, (...).
O recurso à gravura explica a inversão da composição caravagesca do mestre
holandês. Note-se a fidelidade como, via Blomaert, a cena do anúncio
do nascimento aos pastores adormecidos por um anjo, cena de viva
e luarenta luminosidade sobrenatural, é pintada à direita, ao fundo.
O recurso a gravuras italo-flamengas, comum a todos os pintores europeus,
(e também aos portugueses) durante o século XVII, foi também processo
utilizado por Josefa, como provou Luís de Moura Sobral em outros casos
da sua obra. Como vimos, seu pai possuía (segundo inventário de bens
em 1675) “algumas estampas velhas de papel”, como seguramente esta
da composição de Blomaert, que explicam a sua utilização por Josefa.”
Obra inédita até 1991, data exposição realizada na Galeria de Pintura
do Rei D. Luís, Palácio da Ajuda, Lisboa.
O primeiro valor indicado em euros corresponde à reserva contratada com o proprietário
cabral moncada leilões
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