Page 156 - CMLeilao134

SEO Version

Nota:
integrou a Colecção D. António de Sousa Coutinho, tendo figurado na
exposição “Pintura dos Mestres do Sardoal e de Abrantes”, Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa, 1971, encontrando-se identificado e reproduzido no
respectivo catálogo, p. 66, nº 100.
Figurou igualmente na XVII Exposição de Arte, Ciência e Cultura do Conselho de
Europa, “Os Descobrimentos portugueses e a Europa do Renascimento”, Lisboa,
1983, fazendo parte do núcleo do Mosteiro dos Jerónimos, encontrando-se
reproduzido no respectivo catálogo, pp. 97 e 180, nº 53.
Deve-se a Joaquim Oliveira Caetano - “A identificação de um pintor”,
in OCEANOS, nº 13, Março de 1993, pp. 112-118 -, a identificação do Mestre
de São Quintino como Diogo de Contreiras. No referido estudo refere:
“... maior unanimidade tem surgido na caracterização do chamado Mestre
de São Quintino, um dos mais activos pintores do tempo, e o que melhor
qualidade e inovação coloca nas suas obras. Inicialmente confundido com a
«última fase» de Gregório Lopes, nomeadamente por Luís Reis Santos (1954),
embora sempre autonomizado por Reynaldo dos Santos (1950), o «Mestre de
S. Quintino» foi estudado em profundidade pela primeira vez por Martin Sória
(1957), que reuniu à volta deste mestre um conjunto de mais de três dezenas
de pinturas, reforçadas com outras atribuições posteriores de Vitor Serrão
(1970, 1980, 1983, 1986). Entre elas encontram-se núcleos de obras ... que
permitem caracterizar este pintor como personalidade artística dominante em
Portugal, quer pela sua produtividade, mostrando a aceitação por parte da
clientela, quer pelo seu papel ímpar na imposição de uma nova estética
italianizada, rompendo precocemente com a tradição da pintura nacional do
primeiro terço de Quinhentos. Como escreveu Vitor Serrão (1986), o «Mestre
de Santo Quintino é, de facto, a mais forte personalidade de artista nesta
viragem para o novo figurino maneirista».”
“Com o conhecimento da
documentação ... cumpre-se ... a identificação, agora segura,
do principal pintor português de meados do século XVI, o até agora
denominado Mestre de S. Quintino, com Diogo de Contreiras,
abrindo novas perspectivas para um conhecimento mais profundo do
pintor, auxiliado agora pelo conhecimento dos seus dados biográficos,
da sua teia de relações e do seu enquadramento social.”
Pedro Flor - em “A autoria do Retábulo de Santa Maria de Almoster por Diogo
de Contreiras (1540-1542)”, in ARTIS, nº 3, 2004, Revista do Instituto de
História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, pp. 335-341 -, refere que
“O conjunto de pinturas que hoje em dia se considera ser pertencente a este
pintor lisboeta contempla um São Vicente ... da antiga colecção D. Ambrósio
[sic] de Sousa Coutinho (1545-1550)”, pp. 335-336.
Especificamente sobre este quadro da autoria de Diogo de Contreiras
representando S. Vicente (e um outro, do mesmo autor e época,
representando S. Sebastião) escreve Joaquim Oliveira Caetano:
“Datáveis de meados da década de 1540, próximas da primeira empreitada do
pintor documentada para S. Bento de Cástris, as duas pinturas da antiga
colecção Ambrósio Coutinho foram vistas pelo público em 1971 na Exposição
de Pintura dos Mestres de Sardoal e Abrantes, então erroneamente atribuídas a
Gregório Lopes. São duas figuras de Santos seguindo a mesma colocação isolado
contra um fundo de paisagem, em pose serena com as tradicionais feições
suaves e jovens utilizadas noutras figurações de Contreiras. O fundo marinho
do S. Vicente segue um modelo muito semelhante ao Martírio das Onze Mil
Virgens do Museu de Arte Sacra da Sé de Évora (1541) e a bela dalmática do
santo retoma a utilizada no S. Lourenço da Colecção Rilvas (c. 1540-45).
A elegância compositiva e cromática é muito característica deste tipo de obras
de figuração isolada que tem, na obra de Diogo de Contreiras, o seu cume no
S. Leonardo do retábulo de Atouguia da Baleia.”
in Joaquim Oliveira Caetano - “O que Janus Via. Rumos e Cenários da Pintura
Portuguesa (1535-1570)”, Lisboa, 1996, vol. I, p. 171-172.
O primeiro valor indicado em euros corresponde à reserva contratada com o proprietário
cabral moncada leilões
Q
156
235
DIOGO DE CONTREIRAS - ACT. 1521-1560,
“S
ÃO
V
ICENTE
”,
óleo sobre madeira,
pequenos restauros
DIOGO DE CONTREIRAS - ACT. 1521-1560
,
“Saint Vincent”,
oil on board, small restorations
Dim. - 122 x 92 cm € 60.000 - 90.000