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CAROS AMIGOS,
É com muito gosto que lhes apresentamos o catálogo do nosso Leilão 164.
Um leilão especial, abrangendo, como habitualmente, um conjunto alargado
de
bens de particular qualidade, raridade e antiguidade.
Das várias peças que cumpre destacar, é incontornável a
escultura com
a representação de Vajrapani
, em bronze dourado, China, dinastia Ming,
período Yongle (1360-1424)
que ilustra a capa
e que é acompanhada
por estudo específico da autoria do especialista francês Pierre Ansas,
demonstrativo da sua raridade e importância
(lote 480).
Mas a peça de maior relevância nacional é sem dúvida, a todos os títulos,
o
centro de mesa da baixela em prata francesa da Rainha D. Maria Pia
de Sabóia,
que reaparece num leilão de arte, em Portugal, 102 anos após
a sua venda, também num leilão – esse organizado pelo Banco de Portugal
– no longínquo ano de 1912
(lote 351).
Uma verdadeira surpresa, que nos traz de volta, completo e praticamente
intacto – com a caixa de origem – o majestoso elemento central dessa
histórica baixela exposta no Palácio Nacional da Ajuda: vale a pena ler
as notas que dizem respeito a essa obra prima da ourivesaria francesa
do seu tempo e às suas vicissitudes.
Um caso que evidencia, objectivamente, como as dificuldades financeiras
públicas (e privadas) não são de agora... mas também as
virtualidades
da natureza pública dos leilões de arte
, tornando mais seguras e mais
transparentes as transacções e permitindo, através do registo documental
das peças, seguir o seu percurso e conhecer melhor a sua história:
um objectivo que nos é comum.
Na área da
Arte Lusíada
– peças de arte de encomenda portuguesa do tempo
dos Descobrimentos, da
África
ao
Extremo Oriente
encontro e cruzamento
da arte e da cultura portuguesa
com a arte e a cultura, as crenças,
as tradições, os estilos e as técnicas da
Índia
(arte indo-portuguesa) de
Ceilão
(cíngalo-portuguesa), da
China
(sino-portuguesa) ou do
Japão
(Namban)
– para nomear apenas alguns dos Países com que mais estreitamente
nos ligamos desde o século XVI – refira-se, entre outras,
o
contador indo-português correspondente ao Lote 631.
Uma referência, ainda, aos diversos
livros raros (lotes 169 a 192),
vinhos (lotes 561 a 593), pratas e jóias (lotes 250 a 400a),
que integram o leilão.
Esperando ter o gosto de os receber brevemente,
a todos desde já desejamos muito Boas Festas!
Pedro Maria de Alvim
Miguel Cabral de Moncada